Louco Filho
Filho e discípulo do saber de Boaventura da Silva Filho, o Louco, Celestino Gama da Silva – Louco Filho – nasceu em 14 de março de 1961, não por acaso o dia em que se festeja a poesia, que ele traduz em esculturas de linhagem da família. Muito cedo acompanhando o mestre pai, conheceu o toque da madeira, e aos sete anos já polia as esculturas que Louco fazia. Ganhou do pai ferramentas, conhecimento e até mesmo o codinome para que então despertasse seu próprio caminhar na arte.
Louco observa e absorve os nós, antes de tocá-los, tateia a madeira em meditação, elabora nos enlaces da mente, visita escritos e busca esteios que guiam as mãos e então transforma: abre frestas, corre vincos, talha bocas largas, olhos encobertos por contas delicadas, a bravura dos guerreiros encantados, o passo lento da procissão da Boa Morte, a sabedoria dos antigos contares, a africania que reverbera das bandas de dentro dessa terra.
Palavras-chave: linhagem, escultura, madeira, sincretismo, preto-velho, orixás, Cristo.